Boas Vindas



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21/04/2014

NÃO ESTÁ AQUI, RESSUSCITOU!


Vamos debruçar-nos sobre o anúncio feito às mulheres que se dirigiram ao túmulo de Jesus. Este anúncio, provindo de Deus, é comunicado ao jeito dos ensinamentos de Jesus. Perante a atitude e a reacção humanas, daquelas mulheres, que depois de acompanharem a paixão e morte do seu amigo, procuram fazer, com muito amor, o que está ao seu alcance: ungir o corpo do Senhor com perfumes. Os seus corações e os seus ânimos estavam destroçados. Além de tristes e amarguradas, estavam, certamente, desesperadas, preocupadas, ansiosas, ou até, incrédulas perante a morte daquele em quem depositavam toda a confiança e esperança na instauração do novo reino. Parecia que se esvaia, se perdia, o fundamento e a razão de ser da sua esperança.
E, como se não bastasse, naquele momento, aconteceu um grande terramoto, como refere o evangelista S. Mateus. Imaginemos o medo que se apoderou daquelas pobres mulheres. E, mais ainda, ao chegarem ao sepulcro encontraram o túmulo vazio e, logo, pensaram que alguém tinha levado o corpo do seu Senhor.
Para aquelas mulheres, aquele momento, foi como que uma invasão de trevas e de morte. Mas, eis que o caminho percorrido nas trevas da noite, por estas mulheres e, ao longo de séculos, pelo povo escolhido, culmina num anúncio: “ Porque buscais entre os mortos Aquele que vive? Não está aqui; ressuscitou!” (Lc 24, 5-6).
Este anúncio envolve, de certo modo, uma crítica: “ Porque buscais entre os mortos Aquele que vive?” Essa crítica é feita no sentido de despertar aquelas mulheres do erro e do engano, reencaminhando as suas vidas: Não está aqui; ide procurá-lo noutro sítio e de outra forma; Ressuscitou! Mas, a crítica não é destrutiva, é construtiva, porque fá-las voltar atrás e, a entrar no seu coração, a fim de perceberem o que se estava a passar. E fá-lo com estas palavras: “Lembrai-vos de como vos falou quando ainda estava na Galileia, dizendo que o Filho do Homem havia de ser entregue às mãos dos pecadores, ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia.” (Lc 24, 6-7).
Elas recordaram as palavras de Jesus que lhes entraram no coração, fizeram compreender o acontecimento e transformaram: a tristeza em alegria; o descrédito em admiração; o desespero em esperança; o medo e o desânimo, em coragem e vontade de correr e de ir anunciá-Lo. E este “ir” é impulsivo porque lhes foi dito “vão, que Ele vos precede e vos espera” (Mt 28,7) e, porque O que ama está à espera e quer ser amado, impele a ida ao seu encontro.
Não é de todo criticada a atitude das mulheres que acorreram ao sepulcro; elas pretendiam, numa atitude de misericórdia, ungir o corpo do Senhor. Foi um percurso de dor e de solidão, mas, com um sentido de serviço ao Senhor. Depararam-se, também, com a dificuldade em remover a pesada pedra do sepulcro. Caminharam, um pouco no escuro: “Logo de manhã, ainda escuro.” (Jo 20, 1). Não sabiam como iriam vencer as dificuldades, mas avançaram. Algo as impelia.
Era o momento do romper da aurora. 
De súbito, o problema da remoção da pedra encontrou-se resolvido; a noite passou a dia; as dúvidas desvaneceram-se e passaram a esperança. A vetustez da promessa, o que faltava compreender, começava a iluminar-se com o nascer do novo dia: “Aquele que vive não está aqui, ressuscitou”. Então, tudo o que impedia a caminhada (as pedras, a escuridão) foi removido e abriram-se novos horizontes de esperança e de vida.
Foi este acontecimento, depois da pedra removida, que mudou a vida das mulheres que se deslocaram ao sepulcro. Elas regressaram, tiveram o primeiro encontro, no caminho, com Jesus ressuscitado e foram anunciá-Lo. Este acontecimento mudou o sentido das suas vidas e da história da humanidade.
Nós, cristãos, já tivemos o primeiro chamamento, o primeiro encontro. Mas a vida deste mundo desgasta-nos e corremos o risco de perder a memória desse encontro. Por isso o acontecimento pascal da Ressurreição de Jesus Cristo, convida-nos a voltar atrás, a fazer memória do “primeiro chamamento, o primeiro encontro, para o contemplar, agora já com a esperança que dá a certeza da vitória, a certeza de ter ganhado.” (Cf. Papa Francisco) .
Também a nós se aplica a censura: “Porque procuram entre os mortos o que está vivo?”
Quantas vezes, caímos no desespero, fechando a porta da esperança, olhando para um Cristo morto na cruz, suplicando que nos liberte da nossa cruz? Muitas vezes parece que o amanhecer só vem iluminar os sepulcros, protegidos com pedras impossíveis de remover.  
Que será que nos leva a fechar a nossa vida na tristeza e no fracasso?
Um problema é que a nossa busca é «entre os mortos», entre as coisas deste mundo incapazes de dar a vida. Habituamo-nos a viver, doentiamente, numa sociedade e numa vida de fracassos. Admitimos que essa é a lei da vida, admitindo um destino traçado a chorar o que podia ter sido e não foi, remetendo culpas para outros. Entretemo-nos com desabafos procurando alívio, mas esquecendo a promessa de Deus.
Todos nós, homens e mulheres de pouca fé, possuímos medos, nomeadamente, o medo instintivo a toda a esperança de felicidade e de vida. Temos medo de que não seja verdade o que vemos ou que nos dizem; “medo da alegria que nos é oferecida pela abundância da gratidão” (Cf. Papa Francisco) (até conhecemos o ditado: Quando a esmola é grande, até o pobre desconfia).
Esta semana santa é tempo de esperança em que somos convidados a voltar atrás a fim de nos reencontrarmos com nós próprios, olhando para o nosso passado, pedindo perdão, se necessário. É pedido que façamos memória daquilo que o Senhor já nos disse; da sua promessa; da sua vida; da sua paixão e da sua ressurreição. É necessário olhar para o seu exemplo de serviço aos outros, lavando-lhes os pés como amigo; para a sua vontade e disponibilidade de permanecer connosco até ao fim dos tempos. É preciso agradecer o alimento de vida eterna que nos deixou na eucaristia; agradecer e retribuir o amor com que nos ama.
É momento para olharmos para o perdão e para a misericórdia de Deus; perceber como é necessário perdoar. Jesus não clamou por justiça perante os que o maltrataram; pediu perdão.
A liturgia, na vigília pascal, não só, nos recorda a promessa feita ao povo de Deus, mas, de modo especial, confirma a esperança de todo o povo. Começa às escuras, mas, a luz de Cristo logo resplandece, reavivando a esperança de felicidade e de vida.
Nessa noite recebemos, de novo, o anúncio: Cristo ressuscitou, está vivo! Não está aqui, morto, está no teu irmão que sofre, que precisa de ajuda, que quer amá-Lo, mas, não O conhece. Ide, Ele vos precede e espera no meio do mundo. Procura-O no rosto dos que passam fome, 



dos que não têm as mínimas condições para uma vida digna,
dos desesperados, dos que choram por serem incompreendidos, maltratados, injustiçados, dos que estão abandonados e marginalizados, não só, na rua, como, em suas casas.
Isto é, então, encontrar Cristo e caminhar com Ele com a convicção de que não são passos perdidos; com a certeza de que, não eu, mas o nosso irmão pode ser ajudado e salvo.

A noite da vigília pascal também nos recorda que, quando tudo parece estar perdido, (para os discípulos de Jesus a Sua morte era um completo desespero) há esperança, há a certeza da vitória e há vida.
Sabemos que várias mulheres acompanharam Jesus até ao calvário, permanecendo firmes, junto à cruz, até ao último suspiro. Entre elas estava Maria mãe de Jesus. Algumas destas mulheres são as interlocutoras no episódio do sepulcro. E, Maria, mãe de Jesus, também se encontrava lá?
Os evangelistas não referem o seu nome neste episódio e, com toda a certeza, Maria, mãe de Jesus, não estava ali. E porquê?
Maria não tinha perdido a esperança. Sabia que o seu Filho ressuscitaria ao terceiro dia, conforme tinha anunciado. Maria passou pela cruz do Seu Filho (uma mãe sofre quando o filho sofre), mas, não entrou em desespero. Maria não necessitou de O procurar entre os mortos, porque não entrou nas trevas; permaneceu confiante em Deus; já O tinha encontrado. Provavelmente, remeteu-se ao silêncio, guardando tudo no seu coração, mas aguardando o reencontro com Aquele que a precedeu e esperava na Galileia.
Sabendo que Jesus Cristo te precede e está à tua espera, porque hesitas?
Vai… Procede do mesmo modo, dá o primeiro passo. Não esperes ser amado, ama primeiro (Cf. Papa Francisco). Sai da sonolência de Getsemani, do monte das oliveiras e perdoa, reconcilia-te com o teu irmão (com teu pai, tua mãe, teu esposo, tua esposa, teu filho, tua filha, teu irmão, tua irmã, teu vizinho, teu colega de trabalho, teu conterrâneo e, até, com teu inimigo. Dá um passo de amor com gestos de proximidade com quem sofre, quem necessita, quem é desprezado e com quem é ferido na sua dignidade.
Dá o primeiro passo e anuncia, com a tua própria vida, que Ele ressuscitou e está vivo no meio de nós.
Para isso, podes ter necessidade de voltar atrás para redefinir o itinerário, mas, confia em Deus e podes ter a certeza de que Maria, que não necessitou de voltar atrás porque o seu caminho sempre esteve claro no seu coração, te acompanha, conduzindo-te pela sua mão maternal.
---“ ”---
Caminhemos para o encontro e transformemos o caminho, o calvário deste mundo, cheio de obstáculos e de grandes pedras pesadas e imóveis, em vida. É desse encontro que o mundo necessita.


24/02/2013

De Bento XVI a Francisco I


               
De Bento XVI a Francisco I
 
Bento XVI renunciou. Os últimos acontecimentos da Igreja católica com o pano de fundo da resignação do Papa Bento XVI incitam, mais uma vez, o povo de Deus à profecia. Não interessará a especulação com “profecias da desgraça”. A profecia só pode ser credível quando parte de um ser humano de Deus que relê os acontecimentos, analisa-os, interpela Deus, escuta-O e procura traduzir o que Ele pretende comunicar à humanidade. É este o nosso objectivo ao pretendermos acompanhar o desenrolar dos acontecimentos, procedendo a uma análise, à luz do Evangelho de Jesus Cristo, de modo a retirar deles o que Deus quer transmitir e, com a Sua ajuda, fazer o possível para promover e implementar acções que conduzam à concretização do projecto de Deus – a Salvação da humanidade -.
                Ao longo da história do povo de Deus, sempre se verificou que Deus utiliza sinais humanamente visíveis para mostrar o invisível. Deus ainda não mudou de método. Para a vivência humana, a comunicação verbal, social, técnica e afectiva através de sinais é imprescindível. Por isso Deus também usa sinais visíveis para a sua comunicação.
                Olhemos, então, para os sinais últimos e procuremos perceber os acontecimentos e o que deles se pode retirar como palavra de Deus para o mundo de hoje. Bento XVI é um profeta: um homem de Deus que relê os acontecimentos, faz discernimento e procura traduzir o que Deus pretende comunicar à humanidade. Podemos é não saber se ele sempre teve força para comunicar o que Deus pretende.
                A propósito do sinal visível, relâmpago que, poucas horas depois do anúncio de resignação de Bento XVI, caiu sobre a basílica de S. Pedro, no Vaticano, podemos afirmar que na história do povo de Deus, têm ocorrido relâmpagos e trovões em casos especiais de pré-aviso de que Deus fala. Temo-lo, por exemplo, no monte Sinai, quando Deus vai transmitir os Mandamentos e, nos tempos de hoje, em algumas aparições de Maria, quando se aproxima o momento de o transcendente tocar a realidade do nosso tempo. Naquela hora, decerto que Deus falou a alguém do Vaticano. Resta saber se o destinatário quis escutar. Pode ser que esse interlocutor de Deus tenha coragem de transmitir ao mundo o que Deus disse à Sua Igreja, naquela hora.
                Olhando para o caso da resignação que intriga muita gente, procuramos discernir as causas para deduzir consequências futuras, sempre numa perspectiva que envolva acção dinâmica, evangelizadora, onde o que importa é que tudo sirva para um melhor encontro e caminhada com Cristo. As causas da resignação de Bento XVI podem ser do foro íntimo e pessoal do próprio, relacionadas com saúde ou outros valores, mas não deixa de estar em causa uma atitude eclesial. No entanto, analisamos o que o próprio deixa transparecer e não tanto o que se diz, ou o que muitos gostariam de ouvir. Nesta nossa análise vamos um pouco além, limitando-nos, contudo, a reler a relacionar acontecimentos.
                Comecemos pela sua Declaração de renúncia, transmitida a 2013-02-11. Bento XVI reconhece a gravidade da sua decisão: “Por isso, bem consciente da gravidade deste acto, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro…” Considera que, não tem forças para agir de outro modo, mas é grave o seu acto. Se é grave, é para si e para a Igreja. Por quê tomar uma atitude grave sem procurar alternativa melhor? A resposta parece tê-la dado ao referir: “Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor quer do corpo quer do espírito; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado.” É, efectivamente, necessária força física e moral. Será que Deus não lhe dava essa força ou, a força contrária sobre-elevou-se?
                Para melhor se compreender este acontecimento debrucemo-nos sobre as suas palavras na homilia de Quarta-Feira de Cinzas, no dia 2013-02-13. “Com efeito, também nos nossos dias, muitos estão prontos a «rasgarem as vestes» diante de escândalos e injustiças – naturalmente cometidos por outros – mas poucos parecem dispostos a actuar sobre o seu «coração», a sua consciência e as próprias intenções, deixando que o Senhor transforme, renove e converta.” O Papa dá o sinal de que existem muitos que gostam de dar nas vistas, rasgando as suas vestes, se necessário, perante escândalos e injustiças, julgando à maneira humana, mas esquecem-se de se converter e de olhar para a misericórdia de Deus. Simultâneamente, buscam a sua glória neste mundo, associada à hipocrisia religiosa. E refere que o próprio Cristo “denuncia a hipocrisia religiosa, o comportamento que quer dar nas vistas, as atitudes que buscam o aplauso e a aprovação. O verdadeiro discípulo não procura servir-se a si mesmo ou ao «público», mas ao seu Senhor com simplicidade e generosidade… Então o nosso testemunho será tanto mais incisivo quanto menos procurarmos a nossa glória, cientes de que a recompensa do justo é o próprio Deus…” Bento XVI fala, ainda, da falta de unidade no corpo eclesiástico, em que o rosto da Igreja aparece, por vezes, deturpado; não é o rosto de Cristo: “Esta oração (dos sacerdotes) faz-nos reflectir sobre a importância que tem o testemunho de fé e de vida cristã de cada um de nós e das nossas comunidades para manifestar o rosto da Igreja; rosto este que, às vezes, fica deturpado. Penso de modo particular nas culpas contra a unidade da Igreja, nas divisões no corpo eclesial.”
                Relacionando as palavras de Bento XVI, voltemos a 20 de Dezembro de 2010, quando em discurso por ocasião da troca de votos natalícios com a Cúria Romana, leu para os cardeais e bispos, uma profecia de Santa Hildegarda de Bingen, reportando-a à grave crise que hoje atinge à Igreja:
“Neste contexto, veio-me à mente uma visão de Santa Hildegarda de Bingen, que descreve de modo impressionante o que vivemos neste ano. «No ano de 1170 depois do nascimento de Cristo, estive durante longo tempo doente na cama. Então, física e mentalmente acordada, vi uma mulher de uma beleza tal que a mente humana não é capaz de compreender. A sua figura erguia-se da terra até ao céu. O seu rosto brilhava com um esplendor sublime. O seu olhar estava voltado para o céu. Trajava um vestido luminoso e fulgurante de seda branca e uma manto guarnecido de pedras preciosas. Nos pés, calçava sapatos de ónix. Mas o seu rosto estava salpicado de pó, o seu vestido estava rasgado do lado direito. Também o manto perdera a sua beleza singular e os seus sapatos estavam sujos por cima. Com voz alta e pesarosa, a mulher gritou para o céu: “Escuta, ó céu: o meu rosto está manchado! Aflige-te, ó terra: o meu vestido está rasgado! Treme, ó abismo: os meus sapatos estão sujos!”
E continuou: “Estava escondida no coração do Pai, até que o Filho do Homem, concebido e dado à luz na virgindade, derramou o seu sangue. Com este sangue por seu dote, tomou-me como sua esposa.
Os estigmas do meu esposo mantêm-se em chaga fresca e aberta, enquanto se abrirem as feridas dos pecados dos homens. Este facto de permanecerem abertas as feridas de Cristo é precisamente por culpa dos sacerdotes. Estes rasgam o meu vestido, porque são transgressores da Lei, do Evangelho e do seu dever sacerdotal. Tiram o esplendor ao meu manto, porque descuidam totalmente os preceitos que lhes são impostos. Sujam os meus sapatos, porque não caminham por estradas direitas, isto é, pelas estradas duras e severas da justiça, nem dão bom exemplo aos seus súbditos. Em alguns deles, porém, encontro o esplendor da verdade”.
E ouvi uma voz do céu que dizia: “Esta imagem representa a Igreja. Por isso, ó ser humano que vês tudo isto e ouves as palavras de lamentação, anuncia-o aos sacerdotes que estão destinados à guia e à instrução do povo de Deus, tendo-lhes sido dito, como aos apóstolos: ‘Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura’ (Mc 16, 15)”» (Carta a Werner von Kirchheim e à sua comunidade sacerdotal: PL 197, 269ss).
Bento XVI continuou: “Na visão de Santa Hildegarda, o rosto da Igreja está coberto de pó, e foi assim que nós o vimos. O seu vestido está rasgado, por culpa dos sacerdotes. Como ela o viu e expressou, assim nós o vimos neste ano. Devemos acolher esta humilhação como uma exortação à verdade e um apelo à renovação. Só a verdade salva. Devemos interrogar-nos sobre o que podemos fazer para reparar o mais possível a injustiça sucedida…
Estamos cientes da particular gravidade deste pecado cometido por sacerdotes e da responsabilidade que nos cabe.”
Que se passará na Igreja?
Embora não muito apologistas de profecias, já que Bento XVI trouxe à memória uma profecia do séc. XII, podemos reavivar a profecia de La Salette, do séc. XIX (Mensagem de Nossa Senhora de La Salette):
“Os sacerdotes, ministros de meu Filho, pela sua má vida, sua irreverência e impiedade na celebração dos santos mistérios, pelo amor do dinheiro, das honrarias e dos prazeres, tornaram-se cloacas de impureza”.

“Sim, os sacerdotes atraem a vingança e a vingança paira sobre suas cabeças. Ai dos sacerdotes e das pessoas consagradas a Deus, que pela sua infidelidade e má vida crucificam de novo meu Filho!”

“Os pecados das pessoas consagradas a Deus bradam ao Céu e clamam por vingança. E eis que a vingança está às suas portas, pois não se encontra mais uma pessoa a implorar misericórdia e perdão para o povo”.

 “Os chefes, os condutores do povo de Deus negligenciaram a oração e a penitência. E o demônio obscureceu suas inteligências. Transformaram-se nessas estrelas errantes, que o velho diabo arrastará com sua cauda para fazê-las perecer”.

Noutra ocasião Bento XVI disse:
"Ver subitamente o sacerdócio tão conspurcado, e com ele também a própria Igreja Católica no seu íntimo, foi algo realmente duro de suportar. Mas foi necessário não perder de vista que existe o Bem na Igreja e não apenas estas coisas terríveis." (do livro "Luz do Mundo - O Papa e os Sinais dos Tempos")
Todas estas questões nos deixam perplexos. Não é que não se note a existência de uma Igreja doente, mas, apesar de tudo, existe sempre fé e esperança quando se vislumbra a misericórdia de Deus que dá sempre mais uma hipótese a quem quer regressar a Sua casa. Nos tempos de hoje, mais do que nunca, temos Maria, a mãe da Igreja, que protege a abraça os seus filhos. Esta Mãe que com avisos sucessivos, alerta os perigos e dá conselhos para o seguimento do caminho certo o seu Filho, Jesus. Ela, apercebendo-se  dos grandes problemas da Igreja, indirecta ou directamente diz (mesmo para quem não acredita nas suas aparições em Medjugorje)
A 2 de Setembro de 2012, a Mirjana:
“Queridos filhos!
Aceitai a missão e não tenhais medo, Eu vos fortificarei. Encher-vos-ei das Minhas graças. Pelo Meu amor, Eu vos protegerei do espírito do mal. Eu estarei convosco. Pela Minha presença, consolar-vo-sei nos momentos difíceis. Agradeço-vos por abrirdes os vossos coraçõess. Rezai pelos sacerdotes!
Rezai para que a unidade entre o Meu Filho e eles seja o mais forte possível, e que se tornem Um.
A 17 de Agosto de 2012 a Ivan:
 “Queridos filhos, também hoje vos chamo a rezar pelos Meus sacerdotes – Meus filhos bem-amados, rezai pelos bispos e pelo Santo Padre. Rezai, queridos filhos, pelos Meus pastores, rezai mais do que nunca! A vossa Mãe reza convosco…”

Confiantes na misericórdia e no amor de Deus rezemos para que se encontrem soluções para a crise eclesiástica. Que cada um faça o discernimento dos sinais dos tempos, denunciando, como Jesus e como diz Bento XVI, a hipocrisia religiosa, o comportamento que quer dar nas vistas, as atitudes que buscam o aplauso e a aprovação, pois é a qualidade e a verdade do relacionamento com Deus que qualifica a autenticidade de cada gesto religioso.

Parece que com o relâmpago se fez luz para para que Francisco I avançasse. Esperamos que tenha força, capaz de fazer com que os pastores da Igreja vivam o Evangelho de Jesus: "Uma Igrja pobre e para os pobres."
Acácio Vasconcelos

08/11/2012

TER FÉ



Introdução
Mais do que falar sobre fé importa reter deste ensinamento como devemos agir para sermos homens e mulheres de grande fé. Para se atingir “maturidade de fé” é necessário agir com vontade própria, inteligência (basta a que Deus nos deu) e amor. A fé envolve o transcendente, porque se baseia em Deus. Como tal é algo que o humano, enquanto ser vivo deste mundo, não alcança em pleno, isto é, a fé pode crescer, sob ajuda do Espírito Santo, mas o crente necessita de fé e de que ela aumente, enquanto vive neste mundo, até atingir a plenitude (comunhão plena com Deus).
Tudo no cristianismo começa pela iniciativa de Deus com a resposta que o homem lhe dá. Deus vem encontro do ser humano, num diálogo de amigos para o convidar e admitir à intimidade divina. É, aliás, sobre a revelação e sobre a resposta do homem que a razão do crente pensa, a fim de compreender e partilhar com os outros a história da relação entre Deus e o ser humano. Também, pensar sobre a fé interessa, não só para uma avaliação individual da própria fé, mas também para divulgarmos o que importa para a comunidade que se diz crente.


1.  Origem da fé

“Eu, cá tenho a minha fé!”
“É a fé que nos salva!”
“Sem fé, não vais a lado nenhum!
“Sou crente mas não praticante!”
São frases que ouvimos todos os dias e tantas outras semelhantes, vindas de cristãos e não cristãos.
                Mas, que fé é esta? O que é a fé?