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Ensinamento: "Devoção a Maria"

DEVOÇÃO A MARIA

(ENSINAMENTO PARA O GRUPO DE ORAÇÃO "BOA NOVA DO REINO", a 2011-05-18)

    1.    Introdução


Ao longo dos tempos o povo de Deus tem sentido necessidade da devoção à Virgem Maria. Não podia deixar de ser só pelo facto de ela ter tido a graça de dar à luz o Filho de Deus. Também, porque nela se encontram virtudes admiráveis e porque, sendo mãe do Filho de Deus e nossa mãe, é, sem dúvida, a mãe intercessora nas preces dos seus filhos.
Para que a devoção a Maria possa ser verdadeira, sincera e eficaz há que saber qual o seu papel na história da Salvação e é preciso conhecê-la com os seus dons, as suas virtudes e os seus carismas. Tudo isto sempre com o objectivo de descobrirmos o seu Filho Jesus Cristo e de, com Ele, alcançarmos a vida e a felicidade eternas, na glória de Deus.



2.    Maria: Mãe
«E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor?» (Lc 1, 43). São palavras de Isabel a Maria.
É bem claro para nós que Maria é a mãe de Jesus, é a Mãe do Senhor. Maria é mãe humana e Deus é Pai divino. Maria não é uma Mãe simbólica, é mãe de verdade; o seu Filho é real, é o Filho de Deus. É o Filho que unifica os dois pólos parentais.
Cristo não é um terceiro ser situado entre o divino e o humano, é Deus encarnado, feito homem. A geração humana natural tem um pai e uma mãe. O Filho de Deus não veio à terra sem que tivesse uma mãe. Dado que Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, é um só Cristo, um só Filho e um só e mesmo Senhor, a Virgem Maria é mãe de Jesus, mãe do Filho de Deus, Deus perfeito e Homem perfeito. Não se podendo separar de Cristo o divino do humano e como, também, Ele mesmo nunca poderia ter dois pais e duas mães, então, a Virgem Maria, a única mãe de Jesus é mãe de Deus.
Assim, também, “todos os verdadeiros filhos de Deus têm Deus por Pai e Maria por Mãe; aquele que não tem Maria por Mãe, não tem Deus por Pai”. (São Luís Maria de Monfort – Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem Maria).
Maria é nossa irmã na fé e, ao mesmo tempo, nossa mãe. Foi Cristo que o confirmou na cruz: «Mulher, eis aí o teu filho» (Jo 19, 26). Maria é o primeiro e principal membro da Igreja, corpo místico de Cristo onde Ele é a cabeça. Maria, sendo mãe de Cristo, é mãe dos seus membros, dos que estão incorporados Nele pela graça: é mãe da Igreja.
«Tal como a maternidade divina é o fundamento da especial relação de Maria com Cristo e da sua presença no plano de salvação realizado por Jesus Cristo, assim também constitui o fundamento principal das relações de Maria com a Igreja, por ser mãe daquele que esteve desde o primeiro instante da encarnação no seu seio virginal e uniu assim como Cabeça o seu corpo místico, que é a Igreja. Maria, por ser mãe de Cristo, é também mãe de todos os fiéis e dos pastores, ou seja, mãe da Igreja». (Cf. PAULO VI, Concílio Vaticano II, Madrid, 1966, 994).
3.    Conhecer Maria
Maria, apesar de ser alvo de tão transcendente e sublime dom de ser mãe de Deus, não se limitou a assistir ao desenrolar do projecto de Deus, mas exerceu, como compete a uma mãe, o poder e o dever de criar e de educar o seu filho.
Como os evangelistas, não diremos muitas coisas sobre Maria, mas procuremos que ela nos fale. Ou melhor, como Maria, escutemos e sigamos os impulsos do Espírito Santo.
Maria foi e é, não só, uma das intermediárias do Espírito Santo, mas mais ainda, um corpo, um santuário, onde o Espírito Santo produz as Suas maravilhas. Maria é elemento imprescindível na obra da Salvação; faz parte do projecto de Salvação da humanidade, é divinizada, inserida em Deus pela graça.
Então, Maria, divinizada, embora não sendo deusa, actua como instrumento de Deus: não pede, não quer, nem faz nada que seja contrário à vontade de Deus.
Com poucas palavras e muitas vezes no silêncio, Maria exerce a sua função de mãe. Para dar atributos a Maria, podemos associar-lhe a atitude maternal que conhecemos das nossas mães, como, por exemplo, deixar de comer para dar aos seus filhos esfomeados, desejar o melhor para os seus filhos e privar-se do usufruto dos seus bens para os distribuir pelos necessitados. Também, nós poderemos tentar desvendar as mensagens e segredos das diversas aparições que lhe são atribuídas, nomeadamente, entre outras, Fátima e Medjugorje. Pois, como pessoa divinizada que é, tem certamente uma forma de actuar, não só como mensageira e medianeira, mas também como agente na construção do Reino.
Procura-se Maria, mas só se pode encontrar o que temos possibilidade de conhecer.
E, como o ser humano tem limitações para entrar no transcendente, para conhecermos Maria, a sua importância e a sua missão no Reino de Deus, dentro do que é humanamente possível, basta-nos olhar para as suas atitudes descritas nos Evangelhos:
a)    Primeira, na anunciação, a Maria do “sim”, da disponibilidade incondicional nas mãos de Deus: “Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38).
b)     “A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador. Porque pôs os olhos na humildade da sua serva: de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas: Santo é o seu nome. A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem.” (Lc 1, 46-50).
É Maria a humilde, a que canta e louva o Senhor pelas maravilhas que opera.
c)    Maria que procura Cristo: “Filho porque nos fizeste isto? Olha que o teu pai e eu andámos aflitos à tua procura!” (Lc 2, 48). Mesmo sem compreender tudo, Maria interroga e tem desejo de penetrar nos desígnios misteriosos da actuação divina.
d)    Testemunha silenciosa de Jesus guardando o que via e meditando no seu coração, cf. Lc 2, 19 e 51.
e)    Maria atenta aos homens e ao seu Filho, orante e cheia de fé, humildade e caridade, como nas bodas de Caná, cf. Jo 2, 3 e ss.. É Maria intercessora, mesmo que não tenha chegado, ainda, a hora de vermos a obra de Cristo.
f)    Maria discípula de Cristo: “Fazei tudo o que Ele vos disser.” (Jo 2, 5). Maria mostra o único caminho aos peregrinos deste mundo. É a pedagoga da fé e a educadora dos povos; remete-nos para Jesus.
Outra atitude de Maria não descrita nos Evangelhos, mas que daí se retira, é o seu silêncio.
Maria não interveio mais, com palavras, nos Evangelhos. Daqui em diante é Jesus que age e Maria apaga-se discreta e silenciosamente. Apenas aparece a seguir Jesus pelos caminhos da Judeia, chegando até ao calvário, onde permaneceu firme, de pé, entre poucos dos seguidores do seu Filho. Aí recebe nos seus braços o seu Filho descido da cruz, olha para Ele e imaginemos que palavras terá expressado no íntimo do seu coração de mãe. Depois da ressurreição, surge acompanhando os apóstolos.
O método de vida de Maria é escutar, acreditar, obedecer e esperar louvando o Senhor.
Maria silencia-se e Jesus começa a sua vida pública com o milagre das bodas de Caná, por intercessão da sua mãe. E há-de continuar os seus milagres, até ao fim dos tempos, por intermédio de Maria.
Maria convida a escutar o seu Filho e a fazer a Sua vontade, a viver como discípulos fiéis, que escutam a palavra e a põem em prática.
Jesus disse: “Vós sereis meus amigos se fizerdes o que vos mando; amai-vos uns aos outros; perdoai e sereis perdoados; pedi e recebereis; dai e dar-se-vos-á; dizei sim quando é sim e não quando é não. E, Maria repete:” Sede amigos do meu Filho; fazei o que Ele vos diz: amai-vos, perdoai-vos, sede misericordiosos; abri-vos à verdade e, sobretudo, orai e louvai a Deus por tudo o que Ele faz.”

4.    Devoção a Maria
É importante a devoção a Maria, como nossa Mãe e como intercessora perante o Mediador entre Deus e os homens. No entanto, há que ter em mente que a sólida devoção à Santíssima Virgem Maria só pode ser um caminho para estabelecer uma perfeita devoção a Jesus Cristo, sendo um meio fácil e seguro para encontrar Jesus Cristo.
Para o ser humano chegar a Deus e conhecê-Lo, só foi possível com a  Encarnação. Jesus Cristo indicou-nos o caminho e o modo de chegar ao Pai “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14,6) e deu-nos a conhecer o Pai  “Quem me vê, vê o Pai” (Jo 14, 9). No entanto o ser humano está muito ligado ao seio materno pelo carinho e afecto da sua mãe biológica. É, por vezes, mais fácil uma íntima relação com a mãe. Portanto, para a condição humana, pode ser mais fácil subir para Deus, passando, primeiro, por Maria, nossa intercessora junto de Jesus, seu Filho, e depois, seguindo o seu exemplo, vamos até Deus por Jesus Cristo, mediador de redenção.
Surge, então a devoção a Maria. E essa devoção tem que ser interior; tem que partir do espírito e do coração. Não pode ser um “faz de conta” com promessas de manifestação exterior ou com objectivos, meramente, interesseiros de satisfação de necessidades, para se livrarem dos males corporais ou para se obterem bens temporais.
A devoção tem que ser terna, com confiança na Mãe que acolhe os seus filhos e os resguarda do mal. Tem que ser santa de modo a imitar Maria nas suas virtudes, particularmente na sua humildade, na sua fé, na sua obediência e na sua oração.
A prática da devoção a Maria tem que passar por respeitá-la e honrá-la como digna Mãe de Deus. Implica a meditação nas suas virtudes, a contemplação da sua grandeza, o louvor e o reconhecimento das suas acções e uma união com ela, imitando-a e atendendo-a, para que tudo seja feito por Cristo, com Ele e n’Ele para glória de Deus Pai.
Maria teve o privilégio de o Filho de Deus ser humanamente moldado no seu seio. Ela é o santuário onde todos os santos são moldados para Jesus os conduzir até ao Pai. É a mãe da Igreja.
Maria manteve e mantém relações privilegiadas com o Pai e Filho e o Espírito. Ter Maria como mãe significa, além do mais, que podemos contar com a sua intercessão no céu. A ela podemos entregar-nos confiadamente e ela bem nos encomendará.

·         Maria, quero habitar no teu Santuário.
·         Maria, tu não és apenas mãe de Deus, também és nossa mãe. Por isso te preocupas por nós e desejas que cheguemos ao teu Filho. Como tu és o melhor caminho para chegar a Jesus, necessitamos da tua ajuda.
- Maria, mãe de Deus, roga por nós.
·         Senhor, dá-me um coração enamorado como o coração de Maria;
Um coração generoso, como o de Maria;
Um coração aberto à tua Palavra, como o coração de Maria.
·         Pai, eu me abandono a Ti, como Maria.
Que seja feita a tua vontade em mim e em todas as criaturas.
Eu te glorifico por todas as maravilhas que fazes
E que sejas glorificado por todo o sempre. Amen.


Azambuja, 2011-05-16
A. Vasconcelos
                                                                                                                                                     (Diác.)